terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Reflexão - 2º Módulo de Formação

Sabendo que esta formação pretende, essencialmente, desenvolver o espírito crítico dos professores de Português, a quem caberá a tarefa de implementar, com sucesso, espera-se, os Novos Programas do Ensino Básico, três aspectos se salientam como objecto de reflexão nesse módulo da Formação.
Em primeiro lugar, a abordagem ao ensino da língua é, de facto, uma grande, se não mesmo a maior, alteração que o Programa preconiza. Torna-se, agora, mais evidente a necessidade de alterar práticas e metodologias na abordagem à língua na sala de aula. Esta alteração é tanto mais notória quanto a própria designação mudou – já não se trata do Funcionamento da Língua, mas sim do Conhecimento Explícito da Língua. Ou seja, pretende-se quanto antes abandonar definitivamente a abordagem à língua de forma isolada, estudando regras e excepções, praticando-as em exercícios, quase sempre descontextualizados da realidade do aluno e não reinvestidos no uso efectivo da Língua nas outras competências. Assim, o incipiente “ensino pela descoberta” que fragilmente surgia em alguma biografia e menos prática lectiva, formaliza-se no laboratório de língua, apelando à consciencialização do conhecimento implícito do aluno, por um lado, e na mobilização dos saberes adquiridos para situações de uso reais, por outro. Daí a importância do diagnóstico na sala de aula, como promotor de uma aprendizagem significativa. Fica, entretanto, o alerta para a urgência de repensar os instrumentos de avaliação sumativa, que terão de ser forçosamente coincidentes com a metodologia apresentada no Programa.
Em segundo lugar, destaquem-se as conclusões a retirar do exercício de anualização e suas implicações futuras. No fundo, é ele o instrumento que operacionaliza a autonomia do professor enquanto gestor do programa, tal qual este defende, bem como é através dele que as escolas e as equipas de professores por ano de ciclo construirão as suas planificações. No entanto, mostra ser um exercício moroso e difícil, em que serão considerados entraves à sua plena execução a articulação necessária com os manuais adoptados e com o PCT, o qual, como se sabe, só no início de cada ano lectivo se constrói e para anos de início de ciclo ainda não existe. De qualquer forma, será através da anualização que o professor se dará conta da complexificação e progressão preconizadas no programa, sendo que, para as pôr em prática, existem as úteis Orientações de Gestão (pp. 142-5, 3º ciclo).
Finalmente, a reflexão proposta sobre actividades de escrita retiradas de manuais escolares fez ressalvar a desadequação de muita prática lectiva em relação à escrita processual. Embora muita biografia já haja sobre a mesma, e formação oferecida aos professores, que, mal ou bem, na sua maioria, creio, já a punham em prática, o facto é que o ensino da escrita enquanto processo não é ainda uma realidade uniforme no mundo do ensino. Daí, novamente, o enfoque dado neste Programa, enfatizando, de forma premente, a revisão como uma fase da escrita que implica mais do que a mera correcção feita ou sugerida (através de um código de correcção) pelo professor.
Do trabalho deste módulo saíram, portanto, linhas de reflexão enriquecedoras da prática lectiva de um professor consciente do seu papel enquanto promotor de aprendizagens significativas e, sobretudo, efectivas.

Material - 1º Módulo

Neste módulo de formação, foram propostas duas actividades: um guião de análise ao Novo Programa de Português e uma análise a actividades de compreensão oral.
A resolução dos mesmos encontra-se em :
http://docs.google.com/fileview?id=0B58yTyPqUVFKODBlOWVjZGEtZjc4My00ZTUzLWE0YTctNzFkOTJlNjYwMWZj&hl=pt_PT

Quanto ao guião de análise, incluí aqui apenas o que dizia respeito ao 3º ciclo, dado que não estive presente no primeiro dia da Formação, por razões a que sou alheia e que são do conhecimento dos Formadores. Daí ter decidido autonomamente dedicar-me à análise do Programa, mas incidindo no ciclo que mais directamente me interessava.


Em relação às actividades de compreensão oral, incluí a análise às duas apresentadas pelos Formadores, por serem díspares mas, simultaneamente, exemplificativas da aplicação dos pressupostos programáticos para o ensino da competência Compreensão do Oral.

Reflexão - 1º Módulo de Formação

Do primeiro módulo de formação destaco as seguintes observações:

a) senti-me completamente perdida, uma vez que a convocatória para o início da Formação não chegou atempadamente à minha escola, pelo que só pude comparecer no segundo dia;

b) assim, tudo quanto fora relativo à contextualização dos Novos Programas, nomeadamente os seus fundamentos e conceitos-chave, ficou para ser apreendido nos materiais utilizados pelos formadores e que foram entretanto disponibilizados na plataforma;
c) valeu-me, no entanto, o conhecimento que adquirira sobre os Novos Programas quando, ainda proposta, vieram aos departamentos das escolas para análise;
d) de qualquer forma, consegui, durante o segundo dia de formação, e através da apresentação dos trabalhos dos colegas sobre o documento, construir algum conhecimento sobre a sua estrutura orgânica e consequentes exigências lectivas;
e) autonomamente, procedi a uma leitura atenta dos Novos Programas, tanto mais que a Formação disponibilizou um teste para a avaliarmos, da qual passo a referir a minha análise final e global, a qual consiste, então, na reflexão possível sobre este primeiro módulo de formação, dado o exposto acima, nomeadamente nas alíneas a) e b).
Análise aos Novos Programas
O documento que entrará em vigor no ano lectivo de 2010/11 propõe grandes alterações para o ensino do Português nos três ciclos.
Em primeiro lugar, refira-se o papel do professor enquanto principal responsável pelo desenvolvimento curricular da disciplina que lecciona, reconhecendo-se, assim, a heterogeneidade dos alunos, a qual só poderá ser eficazmente gerida pelo professor.
No entanto, preconizando que a anualização de conteúdos, o mesmo é dizer, a sua gestão autónoma pelo professor, se faça mediante o PCT (Projecto Curricular de Turma), os Novos Programas dificultam o papel do professor, na medida em que o PCT é construído ao longo do ano lectivo e a anualização dos conteúdos terá de existir previamente. No seu reajuste à realidade de cada turma é que poderá ser tido em conta aquele documento.
Outra questão que a anuidade dos conteúdos levanta, e que poderá coarctar as decisões do professor na gestão dos conteúdos, diz respeito à mobilidade do aluno, quer dentro da mesma escola, quando se tem em conta o PCT, quer, principalmente, nas transferências de escola, que, acontecendo, fazem com que a realidade lectiva de gestão escolar dos Novos Programas seja posta em causa.
De qualquer forma, de tudo isto se conclui que a planificação não poderá ser um elemento estático, mas antes dinâmico, em constante actualização e reformulação.
Ademais, as metas esperadas, definidas pelo Ministério, operacionalizam uma nova concepção organizacional, funcionando como marcos orientadores das práticas a desenvolver, pois definem o perfil esperado do aluno no final de cada ciclo, que terá de ser sempre tido em conta no início de cada ciclo, na tal gestão autónoma do professor, adequando-a à realidade turma/aluno.
Conceitos também inovadores e de relevo nos Novos Programas são a progressão e complexificação dos conteúdos, notados, por exemplo, na formulação enunciativa dos Descritores de Desempenho, em que, por exemplo, no terceiro ciclo, são maioritariamente iniciados pelo verbo “sistematizar”, que implica, pois, um conhecimento prévio, ou seja, adquirido nos ciclos anteriores, de forma gradual. Para além destes, ainda importante salientar as chamadas de atenção dos autores do documento para que se evitem repetições desnecessárias e desmotivantes, o que estará em vista na anualização efectuada pela escola e pelo professor.
Neste contexto, poder-se-á pôr em causa a selecção de um manual escolar – até que ponto é viável ele existir tendo em conta a filosofia subjacente aos programas, nomeadamente na selecção dos percursos educacionais de cada escola, geridos, num plano seguinte, autonomamente por cada professor? Mais: será que estarão de acordo com o que se preconiza para cada competência, por exemplo, nos laboratórios de língua sugeridos, ou na efectiva aquisição da competência do oral de forma processual?
Enfim, novas mudanças se esperam que aconteçam e a leitura dos Novos Programas do Português alerta para a necessidade de formação do professor no sentido de operacionalizar eficazmente estas mudanças significativas no ensino do Português.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Apresentação pessoal

Actualmente, desempenho funções docentes na Escola Secundária Antero de Quental, vulgo Liceu de Ponta Delgada, a cujo QND pertenço desde 2000. Licenciada em Português-Inglês, na Universidade dos Açores, em 1997, com média final de curso de 16 valores, leccionei Português no ano lectivo 1997/1998 na Escola Básica 2,3 Canto da Maia, efectivando, em 1998, na Escola do Nordeste, e em 1999, na Canto da Maia. Nos dois anos lectivos seguintes, leccionei aquela disciplina na Escola Básica 3/ S Domingos Rebelo, a convite da então presidente do Conselho Executivo, Drª Graça Almeida, desempenhando as funções de Orientadora de Estágio de Português, como professora requisistada.
Nos anos lectivos de 2001/02 e 2002/03 voltei a desempenhar as funções de Orientadora de Estágio de Português, agora no Liceu.
Por essencialmente me considerar mãe, e porque invisto muito do meu tempo na leccionação, estou no momento a exercer a profissão a meio tempo, de modo a poder cumprir os meus dois papéis - mãe e professora.