terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Reflexão - 1º Módulo de Formação

Do primeiro módulo de formação destaco as seguintes observações:

a) senti-me completamente perdida, uma vez que a convocatória para o início da Formação não chegou atempadamente à minha escola, pelo que só pude comparecer no segundo dia;

b) assim, tudo quanto fora relativo à contextualização dos Novos Programas, nomeadamente os seus fundamentos e conceitos-chave, ficou para ser apreendido nos materiais utilizados pelos formadores e que foram entretanto disponibilizados na plataforma;
c) valeu-me, no entanto, o conhecimento que adquirira sobre os Novos Programas quando, ainda proposta, vieram aos departamentos das escolas para análise;
d) de qualquer forma, consegui, durante o segundo dia de formação, e através da apresentação dos trabalhos dos colegas sobre o documento, construir algum conhecimento sobre a sua estrutura orgânica e consequentes exigências lectivas;
e) autonomamente, procedi a uma leitura atenta dos Novos Programas, tanto mais que a Formação disponibilizou um teste para a avaliarmos, da qual passo a referir a minha análise final e global, a qual consiste, então, na reflexão possível sobre este primeiro módulo de formação, dado o exposto acima, nomeadamente nas alíneas a) e b).
Análise aos Novos Programas
O documento que entrará em vigor no ano lectivo de 2010/11 propõe grandes alterações para o ensino do Português nos três ciclos.
Em primeiro lugar, refira-se o papel do professor enquanto principal responsável pelo desenvolvimento curricular da disciplina que lecciona, reconhecendo-se, assim, a heterogeneidade dos alunos, a qual só poderá ser eficazmente gerida pelo professor.
No entanto, preconizando que a anualização de conteúdos, o mesmo é dizer, a sua gestão autónoma pelo professor, se faça mediante o PCT (Projecto Curricular de Turma), os Novos Programas dificultam o papel do professor, na medida em que o PCT é construído ao longo do ano lectivo e a anualização dos conteúdos terá de existir previamente. No seu reajuste à realidade de cada turma é que poderá ser tido em conta aquele documento.
Outra questão que a anuidade dos conteúdos levanta, e que poderá coarctar as decisões do professor na gestão dos conteúdos, diz respeito à mobilidade do aluno, quer dentro da mesma escola, quando se tem em conta o PCT, quer, principalmente, nas transferências de escola, que, acontecendo, fazem com que a realidade lectiva de gestão escolar dos Novos Programas seja posta em causa.
De qualquer forma, de tudo isto se conclui que a planificação não poderá ser um elemento estático, mas antes dinâmico, em constante actualização e reformulação.
Ademais, as metas esperadas, definidas pelo Ministério, operacionalizam uma nova concepção organizacional, funcionando como marcos orientadores das práticas a desenvolver, pois definem o perfil esperado do aluno no final de cada ciclo, que terá de ser sempre tido em conta no início de cada ciclo, na tal gestão autónoma do professor, adequando-a à realidade turma/aluno.
Conceitos também inovadores e de relevo nos Novos Programas são a progressão e complexificação dos conteúdos, notados, por exemplo, na formulação enunciativa dos Descritores de Desempenho, em que, por exemplo, no terceiro ciclo, são maioritariamente iniciados pelo verbo “sistematizar”, que implica, pois, um conhecimento prévio, ou seja, adquirido nos ciclos anteriores, de forma gradual. Para além destes, ainda importante salientar as chamadas de atenção dos autores do documento para que se evitem repetições desnecessárias e desmotivantes, o que estará em vista na anualização efectuada pela escola e pelo professor.
Neste contexto, poder-se-á pôr em causa a selecção de um manual escolar – até que ponto é viável ele existir tendo em conta a filosofia subjacente aos programas, nomeadamente na selecção dos percursos educacionais de cada escola, geridos, num plano seguinte, autonomamente por cada professor? Mais: será que estarão de acordo com o que se preconiza para cada competência, por exemplo, nos laboratórios de língua sugeridos, ou na efectiva aquisição da competência do oral de forma processual?
Enfim, novas mudanças se esperam que aconteçam e a leitura dos Novos Programas do Português alerta para a necessidade de formação do professor no sentido de operacionalizar eficazmente estas mudanças significativas no ensino do Português.

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